Aprenda alinhar valores aos objetivos

Aprenda alinhar valores aos objetivos

Você deseja sentir que sua missão no mundo está sendo cumprida?

Você gostaria de se sentir realizado como que faz?

Todo ser humano busca dentro de si sua missão de vida, há internamente no homem a necessidade de encontrar significado naquilo que se faz e significado com prazer, portanto, é necessária motivação para tal, senão a missão por si só não se sustenta.

Para uma missão sustentável a pessoa precisa ter consciência dos seus valores.

Conheço muitas pessoas que quando perguntamos a elas quais são os seus valores franzem o rosto num esforço para encontrá-los porque na verdade lhes falta um entendimento mais profundo do significado de valor.

O que são valores

Não estamos acostumados a uma educação reflexiva de nós mesmos, até por questões culturais, salvo uma minoria, é claro existem exceções, não quero aqui generalizar. Valores são qualidades que se tornam essenciais e potenciais resultantes da apreciação ou não acerca de um objeto ou ação.

São critérios que utilizamos para valorizar ou desvalorizar algo, são as razões que justificam ou motivam nossas ações nos dando uma definição de rumo.

Por este motivo os valores devem ser claros e objetivos, eles sustentam o caráter, a personalidade, portanto são inegociáveis.

Valores podem reger indivíduos e empresas, claro que os valores das empresas são baseados nas regras que regem o âmbito social, porém ela sempre carrega os valores de seu dono, quando idealizou seu empreendimento.

Identificando valores pessoais

Quando o sentimento a algo que se faz é de incômodo ou angústia cabe uma avaliação se o que está ocorrendo não é uma inadequação da ação em relação aos valores, isso serve tanto para questões pessoais como profissionais.

Para ilustrar vou contar minha história pessoal, sei que tenho como valor a liberdade, gosto de me expressar e me sentir livre para tomar minhas decisões e no meu tempo, sinto-me angustiada sob pressão.

Sou uma pessoa tranquila, gosto de ambiente harmonioso e bons relacionamentos, ocorreu que fui vítima de um sequestro a pouco mais de dois anos, quando dois indivíduos com revolver me abordaram, um assumiu a direção do meu veículo e o outro me colocou na parte de trás do meu carro com um revólver apontado para mim e iniciaram a pressão psicológica.

Em dado momento da conversa entre eles percebi que iriam me levar para algum lugar sem a intenção de me soltar em breve.

Quando me vi presa e pressionada instintivamente minha mente iniciou um processo de articulação de como sair dali na primeira oportunidade, eu havia acabado de passar por um processo de autoconhecimento, eu sabia que meu valor fundamental era minha liberdade (lembrando que valor é caráter, personalidade, portanto inegociável), não tinha negociação, eu morreria por ela (minha liberdade).

Conclusão, meu valor fez com que eu me jogasse do veículo com ele em movimento, me machuquei, sabia dos riscos, pensei neles, quebrar os ossos, bater cabeça, levar um tiro, mas preferi arriscar morrer por minha liberdade do que me submeter a pressão.

É claro que no momento não raciocinei referente a valores, a coisa aconteceu no instinto, tempos depois, avaliando o ocorrido com mais calma, refletindo sobre o acontecido é que me dei conta do que fez com que eu tomasse uma atitude dessa magnitude.

Avaliando o lado profissional

Quando surgem conflitos de valores pessoais com a empresa que se trabalha, ou seja, se os objetivos da empresa agridem seu valor, é apenas uma questão de tempo para que a situação se torne insustentável.

Nesse contexto vale ressaltar que a avaliação dos valores é imprescindível tanto para o profissional empregado quanto para o empregador, o empregado no sentido de avaliar as metas da empresa e o impacto em sua carreira, e a Empresa ao avaliar seu candidato, devendo-se levar em conta não apenas suas competências técnicas e comportamentais, mas também seus valores.

Vamos utilizar o mesmo valor (liberdade) no âmbito profissional, digamos que o funcionário em questão é um indivíduo que necessita em sua essência liberdade de expressão, sua capacidade de criação faz parte de sua natureza e o mesmo precisa de liberdade para inspiração, característica típica dos escritores, publicitários, compositores, artistas, profissionais de marketing entre outros, porém o mesmo não tem consciência clara de sua vocação e seus valores (o que não é raro, visto a grande quantidade de profissionais que fazem transição de carreira depois de diversos anos de profissão), e abraçou a primeira oportunidade de emprego que vislumbrou por diversos motivos, talvez até necessidade (algo comum em nosso país).

De repente este ser se vê num trabalho extremamente monitorado e confinado, inevitavelmente este perfil de valor se sentirá angustiado, sufocado, infeliz, mal-humorado e isto não significa que seja um mal profissional, ele apenas está inadequado em sua função, para este indivíduo atingir metas será um sacrifício, um fardo difícil de carregar.

O mesmo poderia produzir excepcionalmente e ser um grande profissional com suas competências alinhadas as suas habilidades, comportamentos e valores (desde que estes não conflitem com os valores da empresa é claro), suas metas seriam então vistas como um estimulante desafio.

Vemos então a partir dessa premissa entender a importância e o desafio das empresas no dia de hoje, que vive momentos de transformação numa sociedade onde as coisas mudam numa velocidade absurda, devido à tecnologia há a necessidade de um investimento maior em treinamentos comportamentais e aprimoramento de autoconhecimento que resulte em maximizar sua colocação no mercado, seu desempenho lucrativo e com qualidade, e que ao mesmo tempo traga a eficácia de minimizar seus conflitos internos.

Não é um trabalho fácil, mas é possível e extremamente producente para ambas as partes, ficando assim menos penoso atingir metas, alcançar objetivos e gerar lucros.

“Não pode haver real amizade entre os que, antes de tudo, não têm fé nos mesmos valores.” Louis Lavelle